Introdução
Reconhecemos o dia 30 de julho como o Dia Internacional Contra o Tráfico de Pessoas. Aproximadamente 40 milhões de pessoas são vitimas do tráfico humano, e aproximadamente um terço são crianças. Além disso, mais que 150 milhões de crianças – uma em cada dez, globalmente
— estão realizando trabalho infantil, definido como “trabalho perigoso, que demanda muitas horas, ou é realizado por crianças que ainda são muito novas.” As Nações Unidas determinaram 2021 como o Ano para Eliminação do Trabalho Infantil, e urge que cada um de nós como indivíduos e como organizações, tomemos ações que diretamente possam assegurar o desenvolvimento das crianças. (ver Guia Prático)
Chamado à Oração
Durante esse Ano dedicado à Eliminação do Trabalho Infantil, lembremos milhões de crianças ao redor do mundo que são escravizadas, ou que estão em risco ou impedidas de terem acesso a oportunidades educacionais e outras necessidades requeridas para se desenvolverem! Rezemos por elas e por nós — que possamos ter a coragem e a firmeza para trabalhar por justiça em favor delas.
Experiência
Alejandra, 12 anos de idade, ajuda seus pais e sete irmãos pequenos trabalhando quatorze horas diárias coletando pequenos moluscos num manguezal em El Salvador. Ele fuma cigarros para repelir o excessivo número de mosquitos. “Alejandra … não tem tempo para ir à escola ou brincar com outras crianças. De qualquer maneira, ela prefere não ir brincar com outras crianças porque elas dizem que ela tem mau cheiro e a excluem das brincadeiras.” Histórias de Trabalho Infantil
Evelyn Benèch do Haiti tinha 10 anos de idade quando ela foi traficada para um restavèki de escravidão. Seus pais, muito pobres para sustentá-la, a enviaram para uma família em Port-au- Prince. A família prometeu sustentar Evelyn e dar-lhe educação e cuidar dela, mas, ao invés, abusou dela e a forçou à servidão doméstica. (Além Fronteiras)
Dario, aos de 16 anos de idade nos USA , relembra a extenuante e fisicamente debilitante experiência de trabalho numa fazenda de plantação de fumo em Kentucky: “Você fica cansado. Isso tira suas energias. Você adoece, mas você tem que voltar para o trabalho no fumo no dia seguinte.” (O Perigoso Trabalho Infantil na Indústria do Cigarro dos Estados Unidos | HRW)
Masuda, uma garota Rohingya1 de 14 anos de idade, descreve os efeitos de ser forçada a trabalhar como prostituta depois do desaparecimento de sua família: “ Eu costumava brincar na floresta
com meu irmão e minha irmã. Agora eu não lembro mais o que é brincar.” (As crianças Rohingyas traficadas para [ a indústria] sexo – BBC News)
1 Nota de tradução: grupo étnico muçulmano minoritário presente em determinados países asiáticos, especialmente Myanmar. Atualmente, membros radicais desse grupo tem entrado em confronto com governos locais e tem sido severamente reprimidos e mortos.
Reflexão
O Papa Francisco apela “a todos os homens e mulheres de boa vontade… a não se tornarem cúmplices desse demônio, a não se afastar dos sofrimentos de nossos irmãos e irmãs, nossos companheiros humanos que estão privados de sua liberdade e dignidade. Ao invés, devemos ter a coragem de tocar o sofrimento do Corpo de Cristo, revelado daquelas inúmeras pessoas.” (Não mais escravos, mas irmãos e irmãs).
- Quando me afastei das realidades do tráfico humano e do trabalho infantil? Por quê?
- Como a difícil situação de crianças trabalhadoras está conectada a difícil situação de nossa casa comum? Podemos ver o “sofrimento do Corpo de Cristo” encarnado em ambos?
- O que em nossa tradição como IENS pode nos ajudar a responder a esta questão urgente?
Ação
- Compre produtos decorrentes de comércio justo (fair trade) e que pagam seus trabalhadores com justiça (sweatshop-free), sempre que possível. Compre produtos usados quando você não pode …
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- Busque por certificado de comércio justo como Fair Trade Certified e Rainforest Alliance para certificar-se que você está apoiando causas positivas e não está se envolvendo com trabalho infantil.
- Use a Lista Food Empowerment Project’s Chocolate para certificar-se que o chocolate que você está comprando não usa mão-de-obra
- Aprenda mais sobre com a web site International Year for the Elimination Child Labor e então se comprometa em realizar uma ação para acabar com essa prática. (Use esse Practical Guide.)
Oração Conclusiva
Rezemos por todas as crianças trabalhadoras do mundo, 88 milhões de meninos e 64 milhões de meninas, metade dos quais tem entre 5-11 anos de idade que devem trabalhar por causa da pobreza de sua família, conflito por migração e outras injustiças.
Rezemos por cada uma dessas crianças, que tem nome e rosto humano.
Rezemos pelas organizações que estão trabalhando para por fim à tragédia do trabalho infantil, pelo trabalho realizado por elas, pelas crianças que elas têm ajudado e pela determinação delas em continuar suas pesquisas e defesa destas crianças. Que o trabalho delas seja reconhecido e apoiado.
Rezemos por nós mesmas, para que possamos dedicar tempo para cuidar dessas crianças e apoiar aqueles que as cuidam e as defendem, porque elas são nossas crianças, feitas à imagem do Criador, crianças que têm nomes, que são preciosas aos olhos de Deus.
(Trechos tirados de Orações pelos Trabalhadores Infantis, por Jane Deren, Educação por Justiça)
Preparado por Kathleen Bonnette, Província de Atlantic-Midwest, USA,
para o Escritório Internacional de Shalom , Roma, Itália
Gráfico retirado da Direção Orientadora de 24° Capitulo Geral. Desenho:
Escritório de Comunicação Congregacional
iRestavèk é uma forma moderna de escravização de crianças que persiste no Haiti, afetando uma em cada quinze crianças. Nascidas tipicamente em famílias pobres área rural, crianças restavek são frequentemente dadas a parentes ou estranhos. Em seus novos lares, eles se tornam escravos domésticos, realizando tarefas domésticas sem nenhuma remuneração.