
Introdução
O surto de Covid-19 a nível global é um problema de saúde pública. Entretanto, é também um ponto crítico educacional capaz de nos conduzir a outras maneiras a fim de proporcionar educação e ” apontar para outro estilo de vida,” como Laudato Si’ (LS, 203-208) nos convida. A pandemia realça muitas crises, incluindo divisões antropológicas e ecológicas. Muitos estudantes foram incapazes de continuar seus estudos acadêmicos e/ou aplicar seus aprendizados aos desafios da vida atual. Assim como a Bem Aventurada Maria Teresa de Jesus Gerhardinger, “educamos na convicção de que o mundo pode ser mudado pela transformação das pessoas” (VSE, C 22). Precisamos trabalhar em rede e usar nossos laços humanos e tecnológicos para alcançar as crianças mais vulneráveis, os adolescentes e os jovens em nossa comunidade local “e ajudá-las a colocar os seus dons à disposição para humanizar a terra.” (VSE, C 22).
Chamado à Oração
Deus, fonte de toda a sabedoria e conhecimento, concede-nos a graça de acolher e preparar crianças, adolescentes, e jovens para uma cidadania ecológica, levando-os a uma vida digna e de qualidade. Que nossa maneira de educar, de acordo com o legado da Bem Aventurada Maria Teresa de Jesus, seja sólida e correta, conduzindo a uma maior justiça e solidariedade para com aqueles aos quais servimos.
Experiência
Duas visões de como a pandemia alterou a educação:
Eu sou Emília Viviane Ferreira Porfírio, professora do 5° Ano em uma escola particular na cida-de de Cajazeiras, localizada no interior da Paraíba. Com o fim da educação tradicional em sala de aula, de repente eu tive que usar tecnologias que eram estranhas para mim. Como professora, ultra-passei muitas barreiras, tais como produzir quatro vídeos por dia e criar desenhos e avatares para ajudar meus alunos a dominar as lições. Além de todos os desafios profissionais, eu tive que apren-der a lidar com o medo, com a insegurança, e com a solidão causados pelo isolamento. O que me ajudou a superar todos os desafios foi a esperança que vem da oração, do apoio dos colegas, dos amigos, da família, e da bondade dos estudantes. Um deles, no início da pandemia, veio até minha casa com um vaso de flores, dizendo: “Professora, eu trouxe flores para que você não se sinta sozi-nha.” Eu ainda cultivo aquelas flores no meu quintal como um lembrete para mim mesma de que um dia tudo isso passará.
Eu sou Liziane Silva Hillesheim, coordenadora pedagógica no Projeto Rumo Norte para Pessoas Portadoras de Deficiência, em Porto Alegre, Brasil. Esse projeto é caracterizado pela diversidade. Pensávamos que estávamos familiarizadas com trabalhos em situações típicas. Com a pandemia, nos deparamos com um novo mundo de desafios. O trabalho em casa fez com que nos déssemos conta de que não estávamos preparados para a tecnologia, e que a tecnologia não foi preparada para nós. Nós experienciamos diferentes níveis de exclusão, tais como a falta de plataformas e eventos acessíveis, equipamentos, planos de internet, e apoio familiar. Uma instituição social e educacional como a nossa está acostumada a olha para fora, fazer leitura social, receber o que vem da sociedade. O grande aprendizado da pandemia é que nós precisamos olhar para dentro de nós mesmos. Além da busca incessante por maneiras para continuar oferecendo assistência gratuita para jovens e adultos com desabilidades, permanecemos focados em sermos mais unidos, mais capazes de encarar o novo mundo novo que surge. Degrau por degrau, com tentativas e erros, estamos
progredindo. Nosso propósito de ser terra fértil continua. Nossas sementes são diversas e florescem, e esta é somente outra estação.
Reflexão
1. Como somos educadoras em tudo o que somos e fazemos neste tempo de pandemia do CO-VID-19?
2. Quais experiências ou aprendizados eu tenho nestes tempos de isolamento e que eu gostaria de partilhar com o grupo/comunidade? (Dar tempo para partilhar as reflexões.)
3. Ler “Educando para a aliança entre humanidade e meio ambiente” em LS, 209-211 e dialogar sobre: Que “virtudes sólidas ” estamos desenvolvendo em nós mesmas para cuidar de todas as criaturas e de nossa Casa Comum?
4. Que ações estamos fazendo lá onde estamos para educar para a “cidadania ecológica” (LS, 211)?
Ações
1. Descobrir quanto do compromisso do Desenvolvimento Sustentável, Objetivo 4, “Educação de Qualidade para Todos,” tem sido realizado em seu país. Você deve considerar as obrigações das autoridades públicas quanto ao cumprimento das promessas feitas em relação a qualidade de educação para todos.
2. Apoiar o Pacto Global pela Educação proposto pelo Papa Francisco, o qual desafia a todos a educar para a dignidade e direitos humanos, ecologia integral do ponto de vista da Laudato Si’, paz e cidadania, solidariedade e desenvolvimento. 3. O objetivo do Projeto da Rede de Escolas Associadas da UNESCO é construir paz na mente de crianças e jovens. Há mais que 11.500 escolas membro em 182 países, trabalhando em apoio à compreensão internacional, paz, interculturalidade, diálogo, desenvolvimento sustentável e educação de qualidade, na prática. Você pode considerar aprender mais sobre trabalho em rede e incorporar estes objetivos em seu ministério ou fazer parceria com este trabalho em rede.
Oração Conclusiva
Rezemos o que segue, em dois lados.
Todas: Ó Sabedoria Divina, nesse momento crítico da história sagrada da criação e da humanidade, ouvimos o desejo de confiar e arriscar.
- Nós assumimos atitudes de humildade para sermos aprendizes e para sermos transformadas.
- Nós buscamos na Trindade Divina o significado teológico de viver colaborativamente.
- Nós construímos unidade na diversidade como um sinal de profecia no mundo contemporâ-neo.
- Nós ampliamos nossa compreensão sobre interculturalidade e nos comprometemos a desenvolver habilidades para uma vida intercultural em sociedade.
- Nós arriscamos respostas inovadoras como educadoras num mundo em rápidas mudanças influenciado pela tecnologia.
- Nós educamos em colaboração com outras pessoas pela dignidade da vida e o cuidado com toda a criação.
Todas: Nós discernimos as críticas e urgentes preocupações abordadas e, pelo sopro do Espirito Santo, ousamos responder corajosamente por caminhos não convencionais. Amém!
Preparado por Irmã Maria Josete Rech (PALC) Brasil, para o Escritório Internacional de Shalom
Arte gráfica retirada da Diretriz Orientadora, 24° Capitulo Geral. Desenho: Escritório Congregacional de Comunicações.