
Volume 25 – 2ª Edição — Agosto 2023
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Academia dos Santos Anjos na CSM67
Por Jennifer Crusco, Gerente das Relações Públicas, Academia da escola secundária dos Santos Anjos, USA, um padronizador da Província do Atlantic Midwest das IENS.

Líderes internacionais e representantes governamentais convocados às Nações Unidas para a 67ª Comissão do Status da Mulher (CSM67), março 6 a 17, e seis representantes da Academia dos Santos Anjos, New Jersey estavam lá. Caroline Dupas, Hannah Janiec, Aiko Chang, e Alexandra Valdez participaram da CSM67 com a professora de Estudos Sociais Jennifer Cucchisi e o Diretor da Missão e Ministério da AHA, Joan Connelly. As representantes da Academia eram hóspedes do Escritório ONG-NU IENS.
Connelly e Cucchisi acompanharam a Academia dos Anjos em vários workshops. Os visitantes de AHA ouviram sobre as ferramentas digitais para a mudança da participação da mulher na política. Os esforços de Cazaquistão para acelerar a igualdade de gênero como pré-requisito para a democracia, formas de empoderamento econômico da mulher, apresentação da segurança cibernética sobre ‘fake news’ e a segurança enquanto estiver online. A comissão também discutiu as práticas prejudiciais, incluindo o casamento infantil e a mutilação dos genitais femininos.
“Nossos estudantes são convocados para serem líderes que reconhecem a dignidade de todas as pessoas e promovam justiça, paz e cuidado com toda a criação de Deus,” disse Connelly, citando o compromisso da missão da Academia: “Participar da CSM da ONU apoia a missão de AHA porque a CSM apoia a visão mundial, baseada na dignidade humana.”
Cucchisi comentou: “Muitas turmas dos Santos Anjos exploram os direitos e o papel da mulher em todo mundo. Na minha classe de estudos internacionais, nós focamos nos problemas que as mulheres enfrentam e em como as mudanças podem e devem ser feitas com urgência para alcançar a igualdade de gênero.”
“Eu Tenho Sede”
Por Irmã Limeteze Pierre-Gilles, Província do Atlantic-Midwest (AM), Diretora Assistente de Engajamento com Além-fronteiras, uma organização não-governamental no Haiti com quem a Província (AM) é parceira.

Ao refletir sobre a Conferência sobre Água, da ONU em 2023, percebi que há duas referências sobre água no Evangelho de João que chamaram minha atenção: “Tenho sede” (Jo 19:25-34) e “a água que brotou do seu lado.”
O encontro de Jesus com a samaritana foi o único outro momento no Evangelho que ele pediu: “Dá-me de beber” (Jo 4:4-42). A Água é vida e Jesus é a fonte de “ÁGUA VIVA”, oferecida a uma mulher, uma estranha, porque quem tem acesso à Fonte da Vida, vive.
É um fato indiscutível que todos os que participaram da conferência pareciam saber disso. Em “Além-fronteiras”, somos muito cientes da importância do acesso à água porque isso determina se o/a participante no programa de graduação familiar é capaz de completar o programa com sucesso. O acesso à água não afeta simplesmente o físico de cada participante, mas também seu desenvolvimento social, intelectual e econômico e sua dignidade humana. Prover um simples Sistema de catação de água para uma família é muito útil. Significa caminhar menos milhas para carregar um galão de água para casa, mais tempo para as crianças ficarem na escola, mais verduras frescas da horta e mais animais saudáveis para refeições saudáveis e econômicas.
Creio que não foi coincidência que mulheres estavam presentes em ambas as cenas. Jesus pediu água, considerando como desproporcionalmente a falta de água afeta as mulheres vivendo na pobreza. “Eu tenho sede” é um clamor por justiça para os mais vulneráveis, os rejeitados do nosso mundo e do planeta. Se pelo menos escutássemos e agíssemos!
Impressões da Conferência sobre Água – ONU 2023
Por Kelly Grant Moore, Membro da Parceria Global: Águas Correntes, Inc., um ministério afiliado da Província Pacífico Central das IENS.

A Conferência sobre Água da ONU 2023 foi um evento muito difícil, porém inspirador para mim. Sou tão grata por ter tido a oportunidade de testemunhar o mundo se unindo e se comprometendo a estabelecer objetivos e desenvolver estratégias para garantir um futuro de água segura. Muitos dos sentimentos expressos ecoaram das Parcerias Globais: as razões das Águas Correntes pelo trabalho que está sendo feito na América Latina. Mas ouvir pessoas de nações desenvolvidas e/ou pequenas nações, falar sobre o que eles estão fazendo para ajudar a prover acesso à água limpa me deixou mais motivada a expandir o alcance do GPAC, educar as pessoas sobre a importância da conservação e preservação da água, tomar passos na minha vida pessoal e garantir que este recurso precioso esteja disponível para as gerações futuras.
Eu fui capaz de falar com algumas pessoas sobre o trabalho que o GPAC faz e elas ficaram emocionadas ao ver que estávamos presentes. Duas das pessoas com quem falei ficaram interessadas em aprender mais e tornar-se nossos parceiros para alcançar mais pessoas em Guatemala.
Eu gostaria de assistir outra conferência sobre água, agora que eu sei o que esperar e poderia partilhar minha presença para ser mais produtiva. Creio que é importante que o GPAC tente assistir mais, é não apenas as conferências sobre água das Nações Unidas. Assistir conferências oferecidas por outros grupos seria uma grande oportunidade para desenvolver parcerias que poderiam ajudar o GPAC obter fundos ou atender pessoas em áreas onde ainda não estamos servindo no momento.
Organizações da Sociedade Civil, uma das formas de decisão na Conferência sobre os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (SDG Summit)
Por Irmã Beatriz Martinez-Garcia, IENS representante- ONG-NU

Dia 20 de abril, eu assisti a Sociedade Civil Town Hall com o Presidente da 77ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, Csaba Kőrösi. Em preparação para a Conferência sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), Sr. Kőrösi convocou as organizações da sociedade civil para partilharem seu conhecimento e experiência e a serem moderadores de decisão para acelerar a implementação dos ODS. Os ODS estão seriamente fora do caminho por causa da combinação da crise global interligada.
Durante a reunião, Sr. Kőrösi, convidou os participantes a usarem seus telefones e conduziu uma pesquisa de opinião pedindo que à comunidade ONG respondesse: 1) Em uma ou duas palavras, defina sucesso para a Conferência ODS de 2023: inclusão, colaboração e ação. 2) Quais são os maiores desafios que impedem a realização dos ODS? Desigualdades, finanças inadequadas e mudança climática. 3) Que mudanças transformadoras são necessárias para que os ODS voltem a funcionar? Compromissos políticos, parceria com múltiplas partes interessadas e estímulo financeiro para os ODS. Se você tivesse que responder a estas perguntas, quais seriam suas respostas?
Sr. Kőrösi pediu às ONGs para submeter suas declarações escritas, declarando o que deveria ser incluído na Declaração Política, o documento final que estabelece os compromissos que os Estados Membros se comprometem a alcançar no próximo ano. Para Sr. Kőrösi, a Conferência ODS é de crucial importância para alcançar os ODS em 2030. Como você está colaborando para alcançar estes objetivos?
Ecologia Integral e Sinodalidade: uma interconexão necessária!
Por Irmã Veroni Teresinha de Medeiros, Província da América Latina e Caribe

Nós participamos de uma oficina (workshop) Para a Mudança Climática e Advocacia Política que foi promovida pela Conferência dos Religiosos da América Latina, (CLAR), e Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e a Coalisão da Justiça de Religiosos (JCOR), em Brasília, Brasil. Foi uma oficina de escuta, de acolhimento, participação e comunhão. Refletimos a partir da perspectiva da dignidade da vida, ecologia integral e dos princípios da Sinodalidade. Tomamos profunda consciência da fragilidade e do descaso com o respeito às diferenças culturais, sociais e ecológicas e aos direitos humanos pelos governos locais e globais. Como nós asseguramos o bem comum frente a tanta ganância e exploração ambiental?
Nós fomos desafiados pelas palavras do Papa Francisco: “Viver um estilo de vida coerente com a fé” numa “sociedade atual que ignora e discrimina os princípios éticos e cria condições desumanas que ofendem as pessoas que já vivem em condições precárias,” e infelizmente “testemunhamos a criação incessante de novas ciladas de miséria e exclusão.”
Como religiosas e pessoas leigas, protagonistas da sinodalidade e ecologia integral, colocando a justiça no centro da ecologia integral, somos chamadas a defender e trabalhar para a transformação local e global. Nós nos comprometemos a tornar visível uma igreja itinerante que esteja perto do povo, em situações de sofrimento e pelas causas ambientais, por meio de:
- Escutar os desafios e as oportunidades para evangelizar no espírito da sinodalidade e cuidar da ‘casa comum’.
- Viver a fraternidade e amizade social como consta em Fratelli Tutti.
- Comunhão e respeito pela pluralidade e unidade devem permear nossas decisões.
Nossa diversidade de carismas e ministérios são fundamentais para construir uma comunidade eclesial na comunhão, participação e missão para a mudança sistemática.

Vivendo Nosso Compromisso (IENS) com Laudato Si’
Por Irmã Beatrice Chepng’eno, Província da África


As IENS no Kenya vivem os valores Shalom e os objetivos da Laudato Si’ colaborando com outros, defendendo a proteção do ecossistema, apreciando a natureza e participando em campanhas. Nas nossas comunidades, escolas e paróquias nós refletimos sobre como os atos humanos aceleram a injustiça climática. Nós trabalhamos para a justiça econômica e oferecemos educação ecológica. Confrontamos injustiças, com coragem.
As Irmãs em Kisumu confrontaram a fábrica de aço que criou uma escavação (foça) com barro vermelho atrás da nossa casa. Durante a escavação e transporte, o pó irrompeu e cobriu todas as janelas, assoalho e móveis. As Irmãs foram até o lugar da escavação e falaram sobre os estragos que faziam. No passado, os valos escavados juntavam água da chuva nos quais, uma criança se afogou. Reclamando desta forma, fez com que eles mudassem a rota dos caminhões.
Sempre que temos oportunidade, conscientizamos as pessoas sobre os Objetivos da Laudato Si’, e convidamos outros a se juntarem a nós e agir. Encorajamos cada Irmã para ler as reflexões e planos de ação de outras organizações registrados na Plataforma de Ação do Laudato Si’ e a participar em websites como forma de nos ajudar a responder ao clamor da terra e dos pobres.
Crianças de Notre Dame, ajudam Nyalienga, Kenya, celebramos Missa debaixo de uma árvore da paz que foi abençoada durante o Dia Mundial da Paz. Cada um que visita o recinto pode pegar uma mensagem de paz escrita em diferentes línguas. Nossas crianças estão aprendendo a ser mensageiras da paz, cuidadoras do meio ambiente e defensoras das suas próprias casas.
Quem são as pessoas das periferias no nosso tempo e lugar?
Por Irmã Slavka Cekuta, Província da Eslovênia

Eu estive procurando uma resposta a essa pergunta perturbadora. Uma vez eu li que cada pessoa, pelo menos uma vez na vida, se encontra na periferia, distante de relacionamentos e sozinha. Eu aprendi que o rosto sofredor da pobreza pode ser visto na solidão, nos excluídos, na morte dos desamparados e no clamor da Criação. No grupo de mulheres que lidero, muitas vezes testemunho sofrimentos. Impressionou-me ouvir as mulheres que fizeram aborto. Elas mataram seu bebê (não nascido), mas nas suas mentes e corações, a criança vive, cresce e até tem nome. O sofrimento destas mulheres é indescritível e a reconciliação tem um longo processo. Na Eslovênia o aborto é legalizado. Laudato Si’ me encoraja a continuar, com firmeza, a defender a vida humana desde a concepção até a morte em todas as formas de vida na Terra, a estar em solidariedade com as pessoas vulneráveis e ter afeição por elas.
Noticiário Shalom/NU-ONG é uma publicação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora
via della Stazione Aurelia 95 00165 Roma – tel. +39.06.6652.01 fax: +39.06.6652.0234.
Tradução: Ir. Tarcísia Schwade (IENS)