
Volume 23 Edição 3 — Dezembro, 2022
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Nosso compromisso em Resposta ao Racismo
Por Tim Dewane, Província Central Pacific, Diretor da Shalom/JPIC

O racismo machuca a todos.
Nós nos comprometemos a desafiar as políticas e práticas que promovem ou perpetuam preconceitos raciais, e aprender sobre os preconceitos, confrontando nossos assuntos sobre preconceitos raciais e nossa cumplicidade em apoiar ou manter práticas de discriminação racial. (IENS Provincia Central Pacific Atitude da Corporação de Imigração.)
Neste mundo dividido e ferido, reconhecemos que é essencial responder ao racismo sistemático e o preconceito racial, se quisermos testemunhar e revelar a unidade para a qual Jesus Cristo foi enviado. Para promover uma reflexão mais profunda e uma ação significativa, três formas foram identificadas e sustentadas para promover um engajamento e responsabilidade sustentáveis.

Vidas Negras são Testemunhas Públicas Sagradas no Elm Grove – Notre Dame no último outono
- Reflexão pessoal e Engajamentos interpessoais – Nosso Escritório Shalom e Comitê de Justiça Racial oferece uma variedade de recursos e oportunidades para apoiar uma reflexão pessoal mais profunda e melhorar a compreensão das nossas histórias pessoais e coletivas relacionados com raça, preconceito e privilégio.
- Estruturas Provinciais, Práticas e Ministérios – Nosso Conselho Provincial (trabalhando em parceria com Líderes de Províncias Missionarias) toma a liderança sobre a reflexão de esforços de antirracismo mais fortemente nas nossas estruturas provinciais, políticas, práticas e ministérios.
- Racismo Sistemático – Nosso Escritório Shalom e comitê de Justiça Racial toma liderança de identificar e encorajar engajamentos para desafiar políticas e práticas que promovem ou perpetuam conceitos raciais e a cultura da primazia branca (em áreas como: imigração, asilos, educação, eleição política, justiça criminal, oportunidade econômica, políticas ambientais, etc.)
Nós também confirmamos a Conferência das Superioras Gerais de 2016 – Resolução sobre Racismo. Links para IENS ( SSND) e outros recursos de racismos desfeitos podem ser encontrados aqui.
IENS na Conferência sobre Educação Transformadora nas Nações Unidas
Por Sister Ann Scholz, IENS (Província Central Pacific)

Foto: Ir. Ann Scholz, SSND
Ir. Beatriz Martínez-García (Diretora do Escritório NU-ONG das IENS) e Ann Scholz se uniram a advogados da sociedade civil, especialistas em educação e líderes mundiais, em setembro de 16 a 19, para discutir a crise global na educação – educação de igualdade e inclusão, qualidade e relevância que está tendo um impacto devastador sobre o futuro das crianças e jovens. A Conferência das Nações Unidas sobre Educação Transformadora ofereceu uma oportunidade para elevar a educação ao topo da agenda Global e mobilizar a solidariedade e soluções para transformar a educação num mundo de rápidas mudanças.
É estimado que 64.3% de crianças com 10 anos de idade são incapazes de ler e entender uma simples estória; 840 milhões de jovens abandonarão a escola despreparados para um emprego no futuro. Menos que a metade dos países têm estratégias para solucionar esta crise.
“Ao invés de ser uma grande possibilidade, a educação está se tornando um grande divisor” afirmou o Secretário Geral da ONU, António Guterres. “Os ricos têm acesso aos melhores recursos, escolas, e universidades, conquistando os melhores empregos, enquanto os pobres – principalmente, as meninas – enfrentam enormes obstáculos para conseguir uma qualificação que poderia mudar sua vida.”
A Conferência (Summit) trouxe novos compromissos significativos sobre o Ensino Fundacional, conectividade digital e financiamento. As promessas de 130 países assinalaram o papel da educação para alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e sua importância crítica em atender à crise climática, conflito, desigualdade de gênero, e pobreza.
Os participantes aplaudiram os sentimentos do Secretário Geral que insistia: “Juntos precisamos ir em frente, com um foco de ações tangíveis aonde for mais urgente: na base, na escola e na experiência de professores e estudantes, igualmente.”
Meninas Clamam por Justiça
Por Sister Ethel Howley, IENS (Província do Atlantic-Midwest)
As meninas estão prontas para acelerar a história e levar nossos países para a frente. Algumas assumiram liderança em promover um futuro com esperança para a mudança climática; ampliaram oportunidades educacionais para todas as jovens; e ambientes seguros para estudar e trabalhar.

Malala Yousafzai
Malala Yousafzai, uma ativista Paquistanesa pela educação feminina, na idade de 17 anos, a mais jovem em receber o Prêmio Nobel (2014), fundou uma organização para garantir por 12 anos, uma educação livre/gratuita, segura e de qualidade para todas as meninas. Seus esforços começaram no Paquistão e se espalharam para outras partes da Ásia, África e América Latina. Hoje em dia, as meninas estão defendendo seus direitos de estudar/aprender, apesar dos muitos obstáculos, em todo o mundo. (Fonte Foto: Wikimedia)

Greta Thunberg
Greta Thunberg, uma menina sueca e ativista ambiental, nascida em 2003, é conhecida por desafiar líderes mundiais para tomarem uma atitude imediata para atenuar a mudança climática. Greta se tornou evidente por falar direto, sem rodeios a líderes políticos. Ela criticava líderes mundiais por sua falta de atitude e ação em atender nossa crise climática. Depois que Greta falou na Conferência das Nações Unidas, em 218, sobre a Mudança climática, protestos estudantis aconteceram em todo o mundo e continuaram nos anos seguintes. (Fonte Foto: Wikimedia)

Emma Gonzalez
Emma Gonzalez, nascida em 1999 na Florida, USA, é uma defensora do controle de armas. Em 2018, ela sobreviveu a lista de mortos do tiroteio da escola secundária em Parkland, Florida. Em resposta, ela é cofundadora do grupo de defensores do controle de armas Marchemos por Nossas Vidas e muito rapidamente se tornou famosa, tornando-se o rosto americano da violência antiarma. Numa palestra dada em Washington, ela começou pela lista dos nomes dos 17 estudantes e funcionários que foram mortos na sua escola. Então ela permaneceu em silêncio por 6 minutos e 20 segundos para mostrar como é alguém agachar-se numa sala de aula enquanto o assassino efetuava sua descarga de tiros. (Foto fonte: Wikimedia)
Na adversidade, estas três meninas expuseram/falaram sem embaraço, com criatividade, tenacidade e resiliência. Esperamos experienciar a recompensa do seu trabalho. Esperamos, poder investir num futuro que acredita na sua liderança e potencial. O Dia Internacional da Menina, celebrado dia 11 de outubro, cada ano, apoia outras oportunidades para meninas e aumenta a consciência da desigualdade mundial, enfrentada pelas meninas, baseado no seu gênero.
Estação da Criação: um momento de Kairós na nossa escola
Por Ir. Paola Baliño, IENS (Província da América Latina e Caribe)
Este é o Segundo ano em que celebramos a Estação da Criação na escola São José, em San Javier, Argentina, com um projeto interdisciplinar, envolvendo o Jardim de Infância e os níveis primários da escola.

Oração, contemplação, reflexão e ação com os alunos
A preparação remota começou com a celebração da Semana Laudato Si’. Mais tarde, quando recebemos a mensagem do Papa Francisco sobre a Estação da Criação, nós formamos um comitê com professores, a equipe pastoral da educação e as áreas expressivas da Arte para elaborar o Projeto. As atividades da Estação da Criação começaram com oração, dia 1º de setembro e culminaram dia 4 de outubro, com uma exposição de todos os trabalhos. Esta foi uma grande celebração, aberta à comunidade local.
O projeto focou sobre três áreas: Liturgia celebrativa, ação prática e conscientização. No início parecia difícil, mas depois, a criatividade e a qualidade das propostas ofereceram oportunidades reais para um aprendizado significativo. As alegrias venceram as dificuldades, principalmente ao observar as mudanças nas crianças em relação à sua experiência com a ecologia integral. Trabalhar sobre este projeto motivou-nos a sarar feridas, crescer na gratidão ao Deus criador, ser consciente, responsável, e ter respeito por tudo o que nos rodeia. Começamos a viver, sabendo que toda a Criação é um dom; cuidar dela é nossa tarefa.
Fizemos estes compromissos::
- Ser uma escola Laudato Si’, para aprofundar a formação dos professores e famílias, construir uma educação ecológica transformadora que atravessa o currículo institucional e que seja uma característica da nossa formação educacional.
- Trabalhamos com instituições intermediarias.
A transformação que experienciamos foi que quando terminamos esta Estação da Criação, já estávamos começando a sonhar com a próxima.
Nós Arriscamos a Abrir-nos Para Sermos Transformadas
Pelas Irmãs da Comunidade Magnificat em Nowy Sącz (Província da Polônia)
Neste momento crítico da história sagrada da criação, da humanidade, e da nossa congregação, a escolha pela vida exige que arrisquemos a abrir-nos para sermos transformadas: render-nos, transcender-nos e agir (Cf. Circ.18/21). Como IENS, nós decidimos escolher vida acolhendo refugiados da Ucrânia.
Dia 15 de março de 2022, uma família veio para morar conosco: a vovó Zirka; a mãe Tania e seu filho, Dawid de 8 anos. Pouco depois que a Guerra começou, elas fugiram da Ucrânia e vieram para Ivano-Frankivsk (antiga Stanisławów), onde nossa Bem-aventurada Irmã Antonina Kratochwil foi prisioneira e depois morreu em 1942. Sabíamos que não era uma coincidência. Este era o seu presente para nós para este momento.

Celebramos juntas a Páscoa.
Apesar das experiências difíceis de migração, Zirka e Tania viviam conosco e nossa casa se encheu de vida e alegria. Elas cozinhavam, faziam bolos, limpavam e ajudavam no jardim/horta. Elas deixaram-nos experimentar a arriscar, que, construindo o futuro com migrantes e refugiados também significava reconhecer e valorizar o quanto cada um/uma pode contribuir para o processo de construção (Papa Francisco). Zirka, uma médica aposentada, deu-nos ótimos conselhos medicinais. Tania começou a aprender polonês e conseguiu empregos ocasionais para cobrir despesas. Dawid assistia as aulas online e aprendia inglês com a ajuda de uma das nossas Irmãs. Zirka e Tania ficavam atentas aos acontecimentos na Ucrânia e falavam com seus maridos, que ficaram lá, e esperavam por um rápido fim da guerra..
Uma vez que Tania tinha de voltar para o seu emprego e ouvindo que sua cidade estava segura, elas decidiram retornar para casa. Porém, depois de algumas semanas exaustivas na Ucrânia, elas voaram para os Estados Unidos para ficar com a segunda filha de Zirka. Tania ainda está procurando um trabalho. Zirka cuida do Dawid e quer voltar para Ucrânia em janeiro. Nós permanecemos em contato com elas, sabendo que Nosso Senhor nos fez suas portadoras de esperança, para que a confiança no futuro possa renascer.
Desafios que Crianças de Gâmbia Enfrentam no Acesso à Educação
Por Ir. Lucy Waigwa, IENS, Professora/Conselheira em Gâmbia (Província da África)

Ir. Lucy Waigwa e seus alunos
O papel dos meninos como ganhadores de pão resulta que muitas famílias forçam seus adolescentes a embarcar em viagens perigosas para a Europa e América em busca de riqueza para prover por suas famílias. Estes meninos abandonam os estudos e são traficados como “trabalho infantil” em diferentes partes do mundo.
Muitos estudantes chegam à Escola Secundária Junior (8º ano no Brasil) com uma insuficiente base para leitura. É difícil encontrar professores especializados em Matemática e Ciências, resultando numa baixa performance dos estudantes. A Educação Básica é gratuita, porém há outras despesas como aulas de recuperação, livros, uniformes e outas, que mantêm as crianças fora da escola.
Estudantes, cujas famílias dependem altamente da agricultura para a sua sobrevivência, não vão à escola durante a estação chuvosa e perdem parte do programa de alfabetização.
O resultado geral é que o número da evasão escolar cresceu drasticamente, apesar de a educação básica ser gratuita, oferecida pelo governo.
Dia dos Direitos Humanos: 10 de dezembro
O tema de 2022 está focando sobre como os direitos humanos são o começo da paz na sociedade, e uma forma de criar uma sociedade mais justa para as gerações futuras. Os direitos humanos têm como objetivo promover direitos seguros e iguais para todos os seres humanos, indiferente da raça, cor, religião, sexo, língua, política ou outra opinião, nacional, ou origem social, propriedade, nascimento ou outro status.
O Noticiário da Shalom/NU-ONG é uma publicação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora
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