Reflexão Internacional sobre Solidariedade

Migrantes e Refugiados

Janeiro de 2018

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Introdução

“O estrangeiro que habita convosco será para vós como um compatriota, e tu o amarás como a ti mesmo, pois fostes estrangeiros na terra do Egito. Eu sou Iahweh vosso Deus.” (Levítico 19,34).

Hoje, mais do que em qualquer época da história, as pessoas estão deixando seus países e suas culturas de origem. Estão saindo para escapar de regimes repressivos e violentos. Estão saindo por causa de ameaças de genocídio. Estão saindo por causa de mudanças climáticas destrutivas. Estão saindo porque não têm nenhuma comida, nenhum abrigo e nenhum emprego.

Chamado à Oração

Vinde, ó Espírito Santo! Vinde, abre-nos à maravilha, à beleza e à dignidade da diversidade encontrada em cada cultura, em cada face e em cada experiência que temos do outro que está entre nós. Vinde, preenche-nos com generosidade, pois somos desafiadas a partir e a permitir que outros compartilhem conosco dos bens e da beleza da terra. Vinde, cure as divisões que nos impedem de ver o rosto de Cristo em todos os homens, mulheres e crianças. Vinde, traga-nos o entendimento, a inspiração, a sabedoria e a coragem necessária para abraçar as mudanças e a permanecer firme nesta jornada. Vinde, ó Espírito Santo.

Experiência

Em setembro de 2017, o Papa Francisco iniciou o programa intitulado “Partilha de Caminhada”, na qual convoca-nos a ter compaixão e compreensão para com todos os que são forçados a fugir de sua pátria. Aqui estão algumas histórias de trajetórias de refugiados que podemos encontrar no site https://www.sharejourney.org/

  • Uma jovem síria chegou às fronteiras da Grécia aos nove meses de gravidez. Como milhares de outros, Zaynab, seu marido e seus cinco filhos embarcaram em uma perigosa jornada em busca de um futuro melhor. Eles esperavam chegar à Alemanha ou à Noruega a tempo para que o bebê pudesse nascer. Porém, assim que o trem onde viajavam entrou na estação no norte da Macedônia, Zaynab já sabia que sua hora chegara. Exausta e com os primeiros sinais de trabalho de parto, Zaynab foi acolhida pela equipe da Cáritas da Macedônia. Zaynab, logo em seguida, deu à luz a menina saudável.
  • Milhares de Rohingya estão fugindo para Bangladesh para escapar de uma recente repressão militar em Mianmar, repressão essa que inclui aldeias incendiadas. Os Rohingya são membros de uma minoria muçulmana perseguida pela maioria budista de Mianmar. Não são reconhecidos como cidadãos de Mianmar, são apátridas. Os refugiados desesperados, chegam em número de 20 mil por dia, a pé e em barcos, impulsionados pelo aumento da violência. “Por quatro dias, eu me escondi na floresta. Então, tentamos caminhar até a fronteira. Eu estava com tanto medo”, diz Rajida Begum, uma mãe de 30 anos que fugiu de sua aldeia junto com seus vizinhos, quando estava grávida de nove meses. Ela deu à luz uma menina, sobre um pedaço de plástico, no meio de uma roça de arroz, cinco dias depois de chegar em Bangladesh. Ela embalava seu bebê recém nascido, dizendo aliviada: “Quando vi que ela estava com saúde, eu fiquei muito feliz. Dei graças a Deus “.

Reflexão

“Todo estranho que bate à nossa porta é uma oportunidade para um encontro com Jesus Cristo, que se identifica com os estrangeiros acolhidos e rejeitados de todas as épocas” (Mateus 25: 35-43). O Senhor confia ao amor materno da Igreja toda pessoa forçada a deixar sua terra natal em busca de um futuro melhor. Esta solidariedade deve ser concretamente expressada em todas as fases da experiência migratória – desde a partida, durante a viagem, na chegada e no retorno. Esta é uma grande responsabilidade que a Igreja pretende compartilhar com todos os que creem, homens e mulheres de boa vontade, chamados a responder aos muitos desafios da migração contemporânea, com generosidade, rapidez, sabedoria e providência, cada um de acordo com suas próprias habilidades.

A este respeito, gostaria de reafirmar que “a nossa resposta partilhada pode ser articulada por quatro verbos: acolher, proteger, promover e integrar”. (Mensagem do Papa Francisco para o 104º Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados, 2018)

Qual é a minha atitude em relação às pessoas deslocadas? Considero-as como suspeitas? Acredito que as políticas do meu país são justas? Lembro-me da passagem de Mateus 25 que diz: “Tudo o que você faz (ou não faz) ao menor dos meus irmãos, é a mim que você faz (ou não faz)”? Quando olho para o “coração do mundo” o que, especialmente, parte meu coração ao olhar para as condições [de vida] de mulheres e de crianças refugiados?

Ações

Oração de Conclusão

Deus de nossos nômades ancestrais, sabemos que há muito tempo seu coração está com aquele que é refugiado: você que nasceu numa família de refugiados que escapavam da violência em sua terra natal.
Então reuniu seu filho faminto e fugiu para um país estrangeiro.
Seu choro, seu choro, ressoa através dos tempos: “Você vai me deixar entrar?”
Dá-nos corações que se abram quando nossos irmãos e irmãs se voltam para nós com o mesmo choro.
Então certamente todas essas coisas seguirão:
Ouvidos que não ficarão surdos às suas vozes.
Olhos que verão um momento de graça ao invés de uma ameaça.
Línguas que não silenciarão, mas que ao invés disso, defenderão.
E as mãos se alcançarão – trabalhando pela paz em sua terra natal, trabalhando pela justiça nas terras onde eles procuram um refúgio seguro.

Senhor proteja todos os refugiados em suas viagens. Que eles encontrem em mim um (uma) amigo (a) e assim me tornem digno (a) do refúgio que encontrei em você. Amém

Fonte: Catholic Relief Services

Preparado pelo Escritório Internacional de Shalom, Roma, Itália.
Grafico retirado da Diretriz Orientadora do 24º Capítulo Geral. Design: Escritório Internacional de Comunicação Congregacional.

Tradução: Ir. Mirian de Medeiros